quarta-feira, 13 de junho de 2007

Self media

Self media:
Os self media caracterizam um fluxo de comunicação biunívoco : o emissor perde a sua omnipotência em favor do receptor, que tem agora um papel activo. Surge a interacção, a participação toma o lugar da representação.
Se, com os mass media, se vivia numa era de informação, os self media trazem consigo a era da pós-informação. O público numeroso perde a sua importância aqui, resumindo-se muitas vezes a uma só pessoa: há personalização da informação. Será a própria máquina a compreender o homem, o indivíduo, com os seus gostos e interesses particulares.
Como relata Francisco Rui Cádima, « […] o que a lógica dos self media e a interactividade evidenciam é sobretudo a crise das estratégias de encenação do actual campo mediático, que insiste de modo insuportável no discurso da actualidade trágica e no pequeno mundo da política e do fait-divers. […] »
O interface é próprio e essencial aos self media: é ele que facilita a interactividade entre o homem e o computador.
Os elementos que compõem os self media ou as possíveis aplicações a partir destes são: o computador, a Internet, o multimedia on e off-line com os seus vários ramos e uma série de híbridos que, nascidos mass media, se convertem em self media, como é o caso da televisão digital, dos jornais digitais



Fonte: http://www.citi.pt/estudos_multi/ana_cristina_camara/self_media.html

Dicionário Breve da Informação e da Comunicação

McLuhan (Herbert Marshall)- Candidato, nascido em 1911 e falecido em 1980, formado em engenharia e em literatura inglesa, discíplo do historiador canadianao Harold Adam Innis (1894-1952), publica, a partir dos anos 60, obras que vão tornar-se referência obrigatória para a reflexão sobre os média: A Galáxia Gutenberg (1962), Para Compreender os Media (1964), O Medium é a Mensagem (1967), Mutações 1990 (1969), Ensaios (1977).
Ensaísta polémico, dotado de notável espírito de síntese, McLuhan chamou a atenção para a importância da tecnologia, considerando-a como prolongamentos sensoriais do homem, segundo o aforismo: "é o medium que é a mensagem". Divide a história da humanidade em torno de três períodos: o período tribal, corresponde ao prédomínio da palavra oral, a Galáxia Gutenberg, correspondendo ao predomínio da palavra imprenssa, e a Galáxia Marconi, correspondente ao predomínio da electricidade e que daria lugar à instauração de uma Aldeia Global, planetária.
Distinguiu os media quentes (hot) que, tal como a imprensa escrita e a rádio, mobilizam apenas um dos órgãos dos sentidos, e os media frios (cold) que, como o telefone e a televisão, mobilizam vários órgãos dos sentidos, produzindo um efeito de sinestesia.
Embora a sua obra contenha mais uma dimensão profética do que uma análise objectiva e, por isso, se tenha prestado a inúmeras críticas, McLuhan marcou uma viragem importante nos estudos sobre os media, chamando a atenção para a importância dos aspectos tecnológicos, até então quase sempre descurados pelos especialistas. Ver Gutenberg, Marconi, Medium.

Adriano Duarte Rodrigues, Dicionário Breve da Informação e da Comunicação, Ed. Presença, Lisboa, 2000, pp. 83-84.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Interactividade





Interactividade:
É um conceito que se desenvolve a partir do interface.
A interactividade estrutura as nossas vidas, pois estamos em permanente contacto com os outros. Interajo com outra pessoa pela roupa, entoação, atitude, linguagem corporal, frases, silêncio, etc.: assim se estabelece, pelo menos, a possibilidade de comunicar.
É um conceito que a informática retirou às relações humanas. Ora, se o processo de interacção entre seres humanos se define pela sua complexidade e por uma aprendizagem longa e difícil, a interactividade entre homem e máquina é um problema muito mais espinhoso de resolver. Tanto mais é assim, que até à data, para haver interacção homem-máquina, é o utilizador quem se vê forçado a ascender ao nível do computador, numa tentativa de compreender como funciona. Contudo, verifica-se uma evolução lenta no plano da interactividade: já conseguimos ver imagens, já é possível falar para o computador.
A interactividade transitou entretanto para o campo do multimedia: porém, as aplicações multimedia, não geram interactividade com uma pessoa específica, mas com um público-alvo, já pré-definido e esquematizado. Há mais quantidade do que qualidade de interacções; não há individualização. A diversidade e a riqueza da interacção humana é aqui inexistente.

Dicionário Breve da Informação e da Comunicação

Mass Media- Expressão inglesa formada nos anos 50 para designar os media industriais (jornais, rádio e televisão) que atingem um público alargado, diversificado e não individualizável. Esta expressão é habitualmente utilizada, de maneira crítica, para sublinhar hipotéticos efeitos de uniformação das mensagens, de modelização e de manipulação do público, encarado como objecto passivo dos seus produtos culturais. Para esta crítica contribuíram alguns autores da Teoria Crítica de McLuhan. Ver Comunicação de Massa, Cultura de Massa, McLuhan, Público, Teoria Crítica.

Medium - Termo latino, vulgarizado a partir da obra do canadiano McLuhan, utilizado para designar as técnicas utilizadas para a percepção da realidade e para transmitir mensagens e informações à distância, tais como a imprensa escrita, o cinema, o cartaz, o telefone, a rádio, a televisão, a Internet, a telemática. O desenvolvimento dos media permite, assim, pôr em relação os indivíduos, as comunidades e as sociedades humanas, independentemente das distâncias geográficas e temporais que os separam. Ver Imprensa, Cartaz, Cinema, Internet, McLuhan, Rádio, Telefone, Telemática, Televisão.

Adriano Duarte Rodrigues, Dicionário Breve da Informação e da Comunicação, Ed. Presença, Lisboa, 2000, p. 83 (Mass Media) e p. 85 (Medium).

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Dos "mass media" para os "self media"

Os mass media representam uma época em que o fluxo de comunicação é unívoco, pois o receptor das mensagens limita-se precisamente a esse papel, pertencendo a uma massa informe, sem capacidade de resposta. A interactividade é inexistente. O emissor - os mass media - é todo-poderoso, omnipotente. Estes media são pois formas de comunicação através das quais usamos o tempo de utilização com carácter imutável: eles são unilineares.
Os mass media são estruturas altamente organizadas; pretendem satisfazer as preferências e as exigências dos sectores do público que representam a maior fatia no mercado. Só assim eles podem manter um equilíbrio económico, visto que dependem das receitas provenientes da publicidade. Esta lógica é impossível de contrariar: temos de seguir a maioria.
Na era da informação, os mass media tornaram-se maiores e mais pequenos. Se estações de televisão como a CNN têm uma ampla difusão e abarcam um público constituído por milhões de pessoas, o mesmo se passando (ainda que a um público menos numeroso) com a rádio, alguma imprensa ou serviços de cabo exemplificam uma difusão especializada, visando um público pequeno, mas com gostos definidos. Talvez o cinema seja um meio termo entre os restantes mass media.
A pesquisa sobre os mass media percorreu vários campos, nomeadamente o problema da manipulação, a questão da persuasão, o estudo sobre a sua influência, até chegar ao debate das suas funções. Neste último ponto, o interesse recai sobre a dinâmica do sistema social e o papel desempenhado pelos meios de comunicação social na sociedade.
Um estudo sobre as funções psicológicas e sociais dos mass media, elaborado por Katz, Gurevitch e Haas, em 1973 - « On the Use of Mass Media for Important Things » - separa 5 classes de necessidades que os mass media satisfazem:
Necessidades cognitivas (adquirir e melhorar tanto conhecimentos como compreensão).
Necessidades afectivas e estéticas
Necessidades de integração a nível da personalidade (estabilidade emotiva, maior segurança, aumento de credibilidade e ascensão na posição social)
Necessidades de integração a nível social (mais contactos interpessoais, com a família e os amigos)
Necessidades de evasão (aliviar as tensões, atenuar os conflitos).
Um quarto de século depois, é possível afiançar que estas mesmas necessidades podem ser satisfeitas ao nível dos self media, nomeadamente com a Internet, e de uma forma mais completa e variada.
A eficácia quase mítica que se atribui aos meios de comunicação de massa, quanto ao seu efeito manipulativo e persuasor nas mentes humanas, tem hoje menos razão de ser, nas sociedades desenvolvidas, perante um público mais desconfiado, que não aceita tudo o que vê ou ouve, um público que não acredita forçosamente na eficácia destes media, um público que tem acesso a outras formas de comunicação, mais pessoais e directas.

Fonte: http://www.citi.pt/estudos_multi/ana_cristina_camara/mass_media.html

Mass Media

Os Mass Media são sistemas organizados de produção, difusão e recepção de informação. Estes sistemas são geridos, por empresas especializadas na comunicação de massas e exploradas nos regimes concorrenciais, monopolísticas ou mistos. As empresas podem ser privadas, públicas ou estatais.

Os Mass Media acentam em diferentes suportes ou tipos de transmissão da informação:

Por difusão - Scriptovisual (imprensa escrita)
- Audio (rádio)
- Audiovisual (televisão e cinema)

Por edição - Scripto (livro)
- Audio (disco)
- Scriptovisual (cartaz e poster)
- Audiovisual (documento audio visual)

Os vários meios de expressão social: a imprensa, a televisão, a rádio e o cinema, são orientados para um público que se pretende o mais abrangente possível, produzindo um produto específico de mensagens políticas, ideológicas, comerciais, recreativas e culturais etc

Texto transcrito do livro "A era de EMEREC " de Jean Cloutier, Ministério da Educação e Investigação Científica - Instituto de tecnologia Educativa, 1975.
Fonte: http://www.univ-ab.pt/~bidarra/hyperscapes/video-grafias-266.htm